REABILITAÇÃO URBANA AO SERVIÇO DA ECONOMIA
Há cerca de dois anos tive oportunidade de colaborar com a Câmara de Lisboa na análise da influência da reabilitação urbana na economia da cidade.
Pelo estudo então elaborado concluí que o valor a incorporar em “reabilitação” deveria atingir cerca de 8 mil milhões de euros, num horizonte de 10 anos.
Tentei demonstrar que a recuperação do parque habitacional envelhecido constitui um motivo muito interessante para promover crescimento sustentado da cidade a todos os níveis.
Com efeito, o exercício profissionalizado e continuado das atividades de Manutenção e Reabilitação é um factor necessário, mas não suficiente, para a reabilitação das cidades e promove:
O Estudo realizado permitiu confirmar todos estes impactos, com base nos referenciais numéricos então equacionados, dos quais se destacam:
EM 2011 EM 2024 VAR
Total de Fogos 292.610 298.930
Em bom estado 113.104 253.396
Para recuperar 163.781 41.547 -75%
Muito degradados 15.725 3.989 -75%
Esta ação “profissional” e “continuada”de manutenção e reabilitação promove um investimento de cerca de 8 mil milhões de euros, dos quais cerca de mil milhões constituíram receita pública em sede de IVA:
Custos de manutenção e reabilitação ..........7.1 mil milhões €
IVA (a 6% e a 23%) ....................................0.9 mil milhões €
TOTAL .........................................................8.0 MIL MILHÕES €
Todos conhecemos as dificuldades de financiamento dum programa deste tipo, mas, no horizonte “post-Tróika” que se quer hoje discutir, penso que esta oportunidade será uma daquelas que não se pode deixar escapar. Aos Bancos caberá uma palavra.
Não sendo uma função do Estado nem da Autarquia, o incentivo destas ações não deixa de ser uma obrigação de quem quer governar o Estado e a Cidade.
Se o Estado e a Câmara dessem o exemplo e promovessem a recuperação, revitalização e utilização dos seus prédios, muita coisa mudaria.
Não se diz que queremos uma “cidade-Erasmus”? onde estão as casas para estudantes e professores?
Não queremos jovens na Cidade?
Não queremos mais emprego?
Estarei errado?
Almeida Guerra